segunda-feira, 10 de março de 2014

Coisas que aprendi na escola...



Vou começar pelas coisas positivas que, infelizmente, não são muitas, mas têm uma importância muito grande na minha vida. Essa história de que as melhores amizades e mais antigas vêm dessa época é a mais pura verdade. Minhas melhores amigas vêm da escola, não só de uma, mas muitas me acompanham mesmo eu tendo mudado de escola duas vezes. É o tipo de amizade que não acaba, sabe? Por mais longe que você esteja, por menos que você saia com elas, quando nos encontramos é como se nada tivesse mudado. São amizades sinceras, a gente fala o que dá na telha, fala o que quer e ouve o que não quer, nos aceitamos do jeito que somos, por mais que às vezes fiquemos irritadas umas com as outras. É uma amizade em que não há julgamento.

Bom, agora a parte chata. Eu aprendi que as pessoas, principalmente as mini-pessoas, são más. Criança é um bicho escroto! Ao longo dos anos ficou claro para mim que era melhor guardar minhas opiniões, afinal não interessavam a ninguém. Aprendi a não falar com qualquer um sobre os meus gostos pq, obviamente, eram ridículos, já que eu não gostava das mesmas coisas que todo mundo.

Aprendi a me isolar na leitura, o que me rendeu uma boa impopularidade e comentários do tipo: "ela nem lê nada, finge que lê no recreio só pra que os outros achem que ela é inteligente" ou "o professor só escolheu esse livro difícil  porque a Carpilovsky estava lendo!". As pessoas pensam que eu não escutava, mas, sinceramente, não sou surda né... 

Uma coisa que é minha é essa coisa de não esquecer, sabem? Eu lembro de todas as zoações. Todos os comentários maldosos, de como me olhavam durante a aula de educação física quando eu fazia alguma merda durante o jogo, afinal eu n tava nem aí pro jogo, eu n sabia jogar direito e também não gostava, além de não ser nada competitiva. Eu também era xingada durante as aulas de educação física.

Eu aprendi a ficar na minha e, quando, finalmente entendi que o melhor a se fazer era ignorar as pessoas, ligar o foda-se, minha vida melhorou. Lógico que a nerd-gorda-esquisita-quesevestemal-quenãobebe-quejogamal-queocabeloéhorrivel-quegostadedesenhojaponês(freak)-quefalapouco [sim, eu ouvi isso da boca de muita gente, não é mania de perseguição] nunca deixou de existir, mas eu parei de ligar. Infelizmente isso foi só no terceiro ano...

A escola, para mim, foi um inferno, eu nunca tive lá uma boa auto estima, sempre fui insegura e, como tive esse tipo de problemas em diferentes escolas, achava que o problema estava em mim. Eu encarava todos os dias, sozinha, calada, nunca reclamei com ninguém. Eu nunca revidei os comentários, nunca entrei numa briga, nunca contra argumentei, sempre engolia e saía, de cabeça baixa, pensando no que eu tinha feito àquela pessoa para merecer isso ou aquilo. A única pessoa que desconfiou de alguma coisa errada foi minha pediatra, mas eu fiz um trabalho muito bom de convencer minha mãe de que estava tudo bem, que a médica estava exagerando. Isso foi uma péssima ideia, provavelmente, se minha mãe não tivesse me ouvido, eu não teria metade dos problemas que tenho hoje... Mas nunca se sabe...

Enfim, escola... É, todos temos que passar por ela... E, provavelmente, eu devo ter sido má sem querer com outra pessoa e nunca fiquei sabendo afinal, crianças fazem isso sem perceber. Muitas vezes o que é brincadeira para um, pode ser uma ofensa para o outro e aquele nem sabe que fez mal de verdade ao coleguinha.

Voltando às minhas amigas, ainda bem que elas estavam lá, sem elas não sei o que seria de mim. Ah, quero deixar claro que muito do que aprendi na escola já foi descartado e que não estou acusando ninguém nem culpando ninguém além de mim. Eu que não soube como lidar com as pessoas de maneira decente, eu que guardei tudo para mim, eu que me deixei ser afetada por palavras alheias...


5 comentários:

  1. "mas eu parei de ligar. Infelizmente isso foi só no terceiro ano..." Quando eu voltei pro colégio pra alegrar sua vida!! /o/

    Mari, acho que maioria das pessoas tem queixas em relação à época do colégio. Eu mesma perdi a conta de quantas vezes mudei de colégio (sempre tenho que contar nos dedos). O mais difícil pra mim era exatamente encontrar pessoas com quem eu me identificasse, que tivessem gostos parecidos, que fossem meio esquisitas e "rebeldes" (em relação a maioria), que me compreendessem (ainda que minimamente), que me fizessem rir e se divertissem comigo da mesma forma... e foi em vcs (as 4 da foto) que eu encontrei tudo isso no Liessin. Vcs (e algumas outras meninas) fizeram valer a pena todos os anos em que estudei lá. Adoro cada uma de vcs com todas as particularidades, são justamente essas particularidades ("esquisitices" para muitos) que as fazem especiais pra mim! Vc, Bian, Hanna adoram dizer que eu tenho mil amigos, mas vcs têm um lugar super reservado no meu coração e na minha vida. ;) Obrigada por tudo!!! E, Mari, pode contar sempre comigo, mesmo! Eu não sou do tipo intrometida, mas é só se abrir comigo que eu vou ouvir e tentar ajudar.

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    1. Zí, sei que todos temos questões em relação a essa época. E fui muito feliz em poder contar com você (mesmo mudando de colégio 500000 vezes) e com as meninas, juro mesmo. Nós somos esquisitas, mas somos esquisitas juntas. Menos a Hanna, que é gostosa!! Haha

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  2. A Hanna é gostosa, pop e hilária! hahaha Eu tenho as melhores nostalgias do colégio graças a vcs! Nem penso muito nas partes ruins porque todo o resto que passei com meus amigos compensa :) Acho que vc tem que pensar dessa forma também. Fodam-se os babacas que precisavam sacanear os outros pra se autoafirmar. Esses sim eram/são problemáticos. E acredito que muitos deles hoje têm a consciência pesada por terem sido assim e não vão querer passar isso pros filhos. Claro que tem aqueles que não mudaram e que ainda são babacas. De qualquer forma, apesar deles, nós conseguimos aproveitar a infância e adolescência sem precisar mudar de personalidade e sem maltratar ninguém pra "ser aceita". Se o preço disso foi ser taxada de "esquisita", receber comentários maliciosos e não de ser nem de longe a pessoa mais pop e invejada da série, tudo bem, nem tudo é do jeito que a gente quer e hoje em dia eu tenho certeza de que não vale a pena fazer o que não quer/ser quem vc não é só pra agradar os outros, muito menos passar por cima dos próprios princípios.

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  3. nhóóó <3 tilinduuu! =)
    "nos aceitamos do jeito que somos" = sim, pironhas! hehehehe

    Mariiin, liberte-se desse rancor meninãm!
    Eu não mudei tanto de colegio como vc e Isis, mas sofri um bocado tambem na epoca de colégio, mais até no colégio de Buenos Aires do que no Liessin...mas enfim, o que seria da época de escola sem o bullying de cada dia, né?!
    Como a Isis disse e eu concordo, os problemáticos de verdade na história eram (ou ainda são até) os que faziam o bullying, eles sim q precisam de ajuda séria. E acredito fielmente que tudo que fazemos ou damos nesta vida, cedo ou tarde volta pra gente, tanto o bom qto o ruim...então tenho meu pensamento tranquilo, de q eles irão pagar pelo mal que fizeram.
    O bom da escola é que é só uma fase, depois nós crescemos e evoluímos e viramos pokemóns fortes! =D rs
    Mas agora falando sério, acho que o bullying tem até o seu lado positivo (pra quem sofre), pq eu tenho certeza que nao seria a Bianca que sou hoje se eu nao tivesse passado por um ensino médio aterrorizante/traumático/infernal.
    Se hoje eu encontrasse alguem dessa turminha do Liessin ou do Tarbut, capaz até de eu agradecer a criatura...rsrs
    É isso Marin...liberte-se dessas "amarras" passadas (que no final só faz mal a vc mesma) e se apegue só às coisas boas que essa época de trouxe: NÓZES! :D

    lóviu, <3
    Bían

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