terça-feira, 24 de junho de 2014

Fazendo um castelo com cinco ou seis retas por aí...

Quando eu era pequena eu não podia ficar sem lápis e papel por perto. Se alguém quisesse fazer meu dia bastava chegar com lápis de cor ou canetinhas coloridas. Naquela época eu não só realmente pegava uma folha qualquer e desenhava um sol amarelo, mas também muitas outras coisas que íam desde flores a seres mitológicos e criaturas fantásticas. Aquele mundo no papel era meu, eu tinha o controle sobre ele, eu que criava o que estava ali.

Nos últimos anos eu fui sugada pela faculdade. Eu vivia em função dela, respirava medicina, só pensava em medicina e então eu fui me esquecendo. É engraçado isso de que buscamos uma formação que tem como objetivo zelar pela saúde dos outros e , ao mesmo tempo, esquecemos da nossa saúde. Às vezes penso que esquecemos quem somos... 
Não digo saúde física somente. Falo da saúde como um todo. Isso envolve muitas variáveis as quais não vou ficar esmiuçando aqui. Meu objetivo com esse texto é só chamar atenção de que nós temos que ter uma vida por trás da medicina, isso inclui hobbies. E não digo um só hobby. Um só eu tinha, eu lia, aliás, leio muito ainda. No entanto precisamos buscar coisas novas, que nos estimulem, que sirvam como um escape. E eu descobri um agora, aquarela.

Sabe aquela tinta que vinha junto com uma revista e um pincel e que você misturava com água e acabava fazendo uma lambança lamacenta amarronzada com todas as cores quando era pequeno? Então... Essa aí mesmo! E, vou contar uma coisa, muitos acham que aquarela é pra crianças, mas a técnica é muito difícil. Controlar a tinta e a água no papel não é um trabalho tão simples. Não que eu tenha alguma, apenas estou aprendendo, via youtube, a pintar um pouquinho. E, sabem de uma coisa? Estou adorando! Abri um túnel do tempo e voltei ao meu mundo encantado colorido!

Bom, é isso, essa sou eu tirando a poeira do blog.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Sobre novos rumos e caminhos

Um dia acordei e foi como se um vento tivesse passado por mim e levantado a poeira toda, levado tudo para bem longe. Tudo o que era já não é mais, agora o que não era é. Uma sensação de estranhamento invadiu minha mente, fiquei um tempo ainda deitada, paralisada.

Acordar em um mundo que não é o seu é difícil. Ser lançada para fora da sua zona de conforto dá medo. Primeiro vem a ansiedade atrelada à mudança ocorrida, depois vem o momento em que estou, em que me acostumo à nova realidade. É como se eu tivesse passado um tempo grande em um lugar escuro e esteja vendo a luz novamente. Tem que abrir os olhos devagar para não doer. Um passo de cada vez.

Passo a passo aprendo a lidar com o novo, que invade minhas veias, meu corpo. Começo a fazer escolhas, a me arriscar um pouco, a experimentar mais. Já não estou encolhida ou tateando paredes no escuro, isso passou. Agora contemplo tudo, amplio horizontes. São muitas direções e caminhos e não saber por onde andar assusta. Certamente, outrora eu teria dado meia volta e escolhido um canto para sentar, encolhida, de olhos fechados.