quinta-feira, 24 de julho de 2014

E aí, o que você comeu hoje?

Meus dias estão tão corridos que confesso que minha alimentação foi chutada para bem longe. Sabe aquela história de comer de 3 em 3 horas, de 3 a 5 porções de frutas e beber muita água? Pois é... A única coisa que eu faço é beber muita água.


Normalmente saio de casa apressada, apenas com um café com leite no estômago. Dentro do ônibus abro um belvita, mas acabo comendo um biscoito e esquecendo o resto por ter aberto um livro enquanto comia. Chego no hospital e não paro e, quando me dou conta, já são 12:00h e eu só estou com um biscoito e um café com leite no estômago! Aí saio correndo para almoçar...

Com isso aprendi a andar com comida no jaleco, mas às vezes o movimento é tanto que esqueço da comida e já são 17:30 quando eu reparo que estou com fome. Obviamente que eu engulo o mundo quando chego em casa! 

Essa é a minha vida, às vezes eu pulo o almoço sem querer e, só bem mais tarde, vou entender o motivo de eu estar enjoada ou da dor no meu estômago! A solução da vez foi colocar alarme no celular! Alarme para a comida! 

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Daily drops: Sobre ser futura médica...



"Ei você que está parada aí no meio do caminho, dá para se mover? Estou querendo passar!". Eu me sinto exatamente assim quando estou na sala amarela ou na vermelha da emergência. Tenho a nítida impressão de que o acadêmico está sempre bloqueando o caminho, atrapalhando de alguma maneira, então, timidamente, acabo me juntando à residente ou encostando num cantinho. 

Nesse momento tenho uma visão ampla da sala, dos acontecimentos. Os sons parecem se abafar por uns instantes e retornam, aos poucos, um a um enquanto vou absorvendo a quantidade enorme de informações. Nesse momento reparo nos pacientes, vejo nos olhos o medo e o desespero de alguns, a calma de outros. "Ei doutora!". Doutora, eu? É, doutora, se está de jaleco você é doutora! "Doutora, tem remédio para dor?", "Doutora, quando poderei ir embora?", "Você pode tirar minha pressão? Estou tão nervoso, vou operar!". 

Foi em um momento desses que descobri que alguns atos, simples mesmo, como aferir a pressão de um paciente, contar a frequência cardíaca, fazer uma ausculta, ou apenas falar com o paciente, são importantes. São gestos que transmitem confiança, carinho e suporte ao paciente, que se sente visto por alguém e que não é apenas mais um naquele mar de pessoas passando mal.  Um simples pedido de um paciente para "tirar" a pressão dele em meio à bagunça da emergência me fez ter esse insight. Obrigada, pacientes, vocês são os que mais me ensinam. E é aos poucos, fora dos livros, que vou me tornando cada vez mais médica.

sábado, 5 de julho de 2014

Poesia, num momento de agonia...

Escolhas.
Consequências.
Por que sempre escolho errado?
Mesmo sabendo a resposta certa,
Olho para o outro lado,
Dou as costas para o que está na minha frente!
Por que o caminho mais difícil é sempre o escolhido?
Talvez a vida seja simples,
Eu que complico tudo!

-Mariana Carpilovsky (05/07/2014)